Pois é, fazia uns seis anos que não via minha amiga. Falávamos pouco por e-mail ou através de alguns recados no ORKUT... E lá fui eu.
Passamos a tarde botando a conversa em dia, e na hora de ir embora, ela me presenteou com seus livros: Os Estranhos e Jardim de Agnes. Entrei no ônibus e optei por começar a leitura pelo nome do livro e não pela ordem cronológica de nascimento. Desta forma, comecei por Agnes.
Ultimamente, ando bem chata para livros. Comecei muitos e não terminei, porque é como se faltasse algo para me prender e terminá-los. Mas confesso que com Agnes a coisa foi bem maluca... Em um dia e meio terminei o livro. Acho que se eu não acabasse com ele, ele acabaria comigo.
A Agnes e seus jardins são assim, como se vivêssemos a vida de um gole só! Nossa heroína é meio uma anti-heroína, aquilo tudo que choca e que a sociedade detesta, mas é aquela moça, que nós que temos almas especiais, queremos ser. Aquela que desafia o que está posto, que causa um grande tumulto para alcançar seus objetivos, mas que tem um motivo muito maior para tanta bagunça.
Lembrou-me muito um dos meus personagens favoritos: O Selvagem de um livro bem antigo que li. Parece que as pessoas que causam tumulto são sempre mal entendidas, com a Agnes foi assim! Ela tinha um objetivo, passou pela vida das pessoas como uma tempestade, causou uma grande confusão, passou por muitas provações e tormentos, coisas que poderiam fazer os ditos “normais” enlouquecerem, mas não a Agnes. Afinal, quando a sociedade já nos vê como anormais, fica mais fácil de resistir e seguir em frente em busca de um sonho tão delicado e precioso. É assim que descrevo o objetivo de Agnes: DELICADO E PRECIOSO!
Agnes é daqueles seres humanos que podem passar por mil obstáculos em busca de um bem maior para todos, e pessoas assim apaixonam pela coragem, assustam pela ousadia, e com certeza causam aquela pontinha de inveja nas pessoas que sofrem de ‘umbiguismo’ e só pensam em objetivos próprios.
O objetivo de Agnes é aquele que considero o bem maior de uma sociedade: LIBERDADE! Vocês devem perguntar qual tipo de liberdade e eu direi: qualquer coisa que tire as amarras, que faça pensar, que acredite num mundo melhor é para mim LIBERDADE!
A maluca que aqui escreve é suspeita para falar, afinal, vivo quebrando os padrões, vivendo intensamente, e pago um preço alto por isso. Mas como diz a musica: “Cada um sabe a dor e a delicia de ser o que é”, e sendo assim, eu proponho que se arrisquem a ler o livro, e ao menos vivam um pouco da LIBERDADE de Agnes. E se for possível, vivam os sonhos, acreditem, transgridam e sejam um pouco de Agnes nesta vida!
Silvia Falabella é assistente social.